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UM OLHAR PARA O FUTURO

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por Eduardo Pedrosa

 

80% das crianças em idade escolar nunca fizeram exame oftalmológico segundo o Conselho Brasileiro de Oftalmologia. Imagine você ter um filho que não tem acesso a condições mínimas para conseguir se desenvolver, para buscar o aprendizado. É assim que eu vejo as crianças que têm problemas oftalmológicos e frequentam as escolas sem saber disso. É natural que elas tenham já de cara dificuldades a mais que qualquer outro aluno. Mas seria isso por omissão dos pais ou por falta de condição ou conhecimento? Bom, o fato é que independente disso a formação dessa criança e a sua consolidação como um cidadão de bem é responsabilidade do Estado. Um Estado que precisa de boas mentes e que deve nos proteger dos alienados. Em algum ponto, está tudo ligado. Sem contar pelo aspecto humano, um Estado digno preza antes de mais nada pelo bem estar dos seus cidadãos!

 

Alguns podem dizer que estamos falando de uma pequena parcela da sociedade, mas é aí que muitos se enganam. Os números são absolutamente surpreendentes. Cerca de 20-25% das crianças em idade escolar apresentam algum tipo de problema ocular. E os números chocam ainda mais quando falamos da cegueira infantil, 5% das crianças brasileiras são cegas de um olho e 60% desses casos são evitáveis com diagnóstico correto. Aposto que poucos que leram isso aqui sabiam dessa informação.

 

Um estudo feito com 36 mil alunos nas escolas municipais de campinas mostra dados interessantes e o porquê que devemos todos dar importância ao tema. O baixo rendimento escolar estaria associado a falta de óculos para 51% das crianças e o atraso escolar de pelo menos 2 anos para cerca de 20% dos alunos poderia ser reduzido em mais da metade só com o uso dos óculos. Resumindo, muitas crianças no Brasil provavelmente abandonam as escolas por não conseguirem enxergar bem, se concentrar e consequentemente aprender.

 

Segundo o Conselho Brasileiro de Oftalmologia 88% dos pais afirmam que quando as crianças começaram a usar óculos ficaram mais estimuladas a estudar.

 

Tirando o aspecto de saúde, pense nisso economicamente, pensando nas finanças do Estado, o quanto isso não impacta em retrabalho, reinvestimento e perdas financeiras na formação desse cidadão e nos possíveis problemas que ele pode causar na sociedade que simplesmente não tem volta. Pode parecer dramático falar isso, mas um jovem que abandona a escola, não consegue trabalho e que provavelmente por isso enfrenta problemas familiares tem uma tendência muito maior a cometer delitos e trazer insegurança as pessoas. Aí vem a necessidade de mais polícias, de mais hospitais e a bola de neve segue. É dinheiro do Estado (que na verdade é seu) que vai subsidiar isso que poderia ter sido evitado algumas boas vezes.

 

É aí que entra a tecnologia, equipamentos hoje pré-triam uma criança em até 6 segundos sem qualquer medida evasiva, alimenta e organiza uma base de dados para que o Estado possa atuar com planejamento, as crianças podem agora ser encaminhadas para uma consulta com oftalmologista em grupos de acordo com prioridades. Isso aumenta a efetividade das consultas e a agilidade do processo como um todo e traz viabilidade para programas em grandes massas em âmbito governamental, como por exemplo nas escolas públicas, diminuindo as dificuldades logísticas e as eventuais faltas de profissionais para um grande volume de atendimento em um pequeno espaço de tempo. Para se ter um exemplo, no Distrito Federal, são mais de 600 mil alunos na rede pública de ensino, em que 70 mil entram na rede todos os anos, isso em mais de 650 unidades físicas. Trazendo a toda a situação de outras regiões, em muitos municípios as crianças têm de ser deslocadas a grandes centros onde estão concentrados mais profissionais.

 

É preciso ter programas que sejam dinâmicos, práticos e efetivos para que haja continuidade e acompanhamento. Diante dessa viabilidade e necessidade aprovamos a lei 6.650/2020, que assegura a triagem, o fornecimento dos óculos e o acompanhamento oftalmológico que for necessário para essa criança. O intuito é que o DF seja referência no Brasil nesse tipo de programa e que a nossa educação avance, como nunca, promovendo um futuro próspero para os jovens e para o nosso país, que as crianças possam ter acesso aos óculos ou ao acompanhamento/procedimento que for necessários para sua saúde e amplo desenvolvimento.

Nesse momento um programa modelo já está sendo desenvolvido com 8.000 crianças na cidade do Recanto das Emas no DF, cidade que tem 80 mil habitantes e que nós esperamos que traga uma referência nos números para os testes de resultado com base em indicativos e visando a ampliação do programa.

 

 

Tenho convicção de que esse tipo de causa é a que vai mudar o nosso país, é preciso ter um OLHAR PARA O FUTURO se quisermos ver um Brasil mais igual, justo, humano e de oportunidades para todos!

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